Casa Fanti-Ashanti
A Casa Fanti-Ashanti, localizada no bairro do Cruzeiro do Anil, em São Luís (MA), foi fundada por Pai Euclides de Menezes em 1º de janeiro de 1954. Entretanto, o IXÊ da Casa (Mastro Central de um Terreiro), foi plantado no dia 24 de dezembro de 1957, às cinco horas da manhã, seguindo orientação das falecidas Mãe Piá e Mãe Anastácia Lúcia dos Santos, fundadora do antigo Terreiro da Turquia.
No dia 1º de janeiro de 1958, deu-se a inauguração oficial da Casa Fanti-Ashanti, dirigida pelo babalorixá Euclides Menezes Ferreira, (de Oxaguian com Oxum) e mais tarde com Mãe Isabel (de Xangô com Oxum), como Mãe Pequena da Casa.
Foi nessa data então, que nascia o Tambor de Mina neste espaço sagrado, composto por 32 dançantes e sendo instrumentado por dois Abatás, um Agogô e quatro Agués, modelo Nagô Matriz do Maranhão.
Em 29 de setembro de 1980, deu-se a entrada do Candomblé na Casa, tornando assim Pai Euclides o pioneiro em São Luís na prática deste ritual.
Além dos rituais do Tambor de Mina, do Candomblé e das festas de Ogum, Oxossi, Obaluaiyê, Oxum, Oxalá, Nanã, Xangô, Oxumaré e Oyá, a Casa Fanti-Ashanti também realiza o Samba de Angola, para os boiadeiros. Há também rituais ligados à pajelança, ao catolicismo popular (Divino Espírito Santo) e ao folclore (como o boi de Corre Beirada e o Tambor de Taboca). Também é realizado o tradicional Baião de Princesas, ritual que celebra princesas e outras entidades femininas.
Além de ser um dos mais importantes terreiros de culto afro do Brasil, é mais que um templo das religiões de matriz africanas: constitui-se em verdadeiro patrimônio cultural brasileiro, um celeiro de manifestações da cultura popular e afro religiosa do Maranhão.
Pai Euclides Talabyan faleceu em 2015 aos 78 anos, mas ele já vinha há anos preparando a Mãe Kabeca para sucedê-lo na chefia e na manutenção dos rituais da Casa.