Espíritos de Senzalas
Imagens do Silêncio, do Vazio, do Invisível
Finalista do Prêmio Pierre Verger de Fotografia 2019
Selecionado para o QXAS Festival 2020 – Festival de Fotografia do Sertão Central
Desde os primeiros registros de compras de escravos feitos em terras brasileiras na primeira metade do século XVI, até a extinção do tráfico negreiro, calcula-se que tenham entrado no Brasil algo em torno de quatro milhões de africanos escravizados, inicialmente para serem utilizados nos moinhos de cana-de-açúcar do Nordeste.
Nas fazendas açucareiras os escravos trabalhavam de sol a sol e dormiam nas senzalas, barracões escuros, úmidos e com quase nenhuma higiene, acorrentados para não fugirem.
Este ensaio pretende produzir imagens que mostrem o silêncio, o vazio, o invisível, o encantado, provocando discussões sobre o carnal e o espiritual, questionando se os espíritos desses escravos ainda podem estar acorrentados nas antigas senzalas das casas-grandes ou fazendas coloniais e de que forma manifestam sofrimentos e súplicas pela libertação.